REDE ESTADUAL DE ENSINO DE IMPERATRIZ FAZ PARALISAÇÃO DE ADVERTÊNCIA



    A Delegacia Regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica das Redes Públicas Estadual e Municipais do Maranhão (Sinproesemma) realizou na manhã de terça-feira, 1° de março, na Praça de Fátima, no Centro de Imperatriz, uma paralisação de advertência com um grande ato público. A manifestação teve como objetivo cobrar o cumprimento da Lei do Piso (Lei Federal n°11.738/ 2008) e Lei Estadual n°9.860/ 2013 (Estatuto do Educador), que estabelece a recomposição salarial no mês de janeiro, e o cumprimento da terceira etapa das progressões do acordo judicial firmado no final da greve de 2013. 


   Além da direção regional do Sinproesemma, a paralisação de advertência contou com o apoio dos professores da Rede Estadual de Ensino, da comunidade escolar e Auxiliar de Serviços Gerais (ASGs) que denunciaram o atraso de dois meses de salários e dez de vale-alimentação. 

   Sobre a manifestação, o coordenador regional do Sinproesemma, André Santos, esclareceu que o “movimento é legitimo, por que foi discutido e deliberado pela categoria por uma questão de necessidade, que é resolvermos as pendências que o Governo tem conosco neste ano (2016), que é a recomposição salarial e a última etapa de progressões. Obviamente há outros pontos de pauta que queremos resolvê-los, porque influenciam na qualidade da educação e nas condições de trabalho, mas esses dois pontos é o que têm oferecido a maior resistência por parte do governo”, comenta o sindicalista. 


   Para a professora Nice Rejane, “há uma série de reivindicações e problemáticas que as escolas já vinham vivenciando, o próprio sistema de ensino, mas que acabaram se juntando ao não cumprimento da data base. Eu considero que o governo por não ter negociado de forma mais célere, não ter apresentado uma proposta, para o cumprimento da proposta da data base tenha indignado grande parte dos professores”. 


   Apesar do foco da paralisação estar voltado para o reajuste salarial, há no total, 25 pontos de propostas da Campanha Salarial 2016, encaminhadas ao Governo do Estado que inclui, também, a estruturação das escolas. Rubens José, que é professor da Rede Estadual relata o descaso para com as instituições de ensino. “Hoje as escolas do estado estão sucateadas, estamos vivendo um caos na educação sem merendeiras, vigias, zeladores, carteiras”. E se já não bastasse os problemas relatados, o educador expõe o constrangimento diário que os estudantes passam em sala de aula. “Os alunos que chegam um pouco atrasados assistem aula em pé, porque não tem carteira para sentar e quando chegam algumas são de péssima qualidade. Hoje até um apagador do quadro eu compro com o meu dinheiro, o pincel que eu uso é comprado do meu salário”, desabafa o profissional da educação. 


   O vice-coordenador do Sinproesemma, Stênio José Carvalho, explica que a paralisação da categoria vai muito além do reajuste salarial. “A nossa luta é por dignidade, valorização da nossa categoria e também por uma educação pública de qualidade. A Lei 11.738/ 2008, que foi uma conquista histórica da categoria, recompõe o Piso no mês de janeiro, porém o Governo do Estado protela, além das questões das progressões que é fruto de um processo de acordo de justiça e faz parte dos direitos principais do professorado. O Governo não traz novidades, há uma paralisia, então esse processo deixa a categoria angustiada”, enfatiza o vice-coordenador. 


KALYNE CUNHA

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